Salve Galera essa semana, entrevistamos a banda curitibana de Metal/Hardcore Last Sigh,que como já anunciamos no blog estão finalizando um cd com previsão para lancarem em novembro.
A Banda vêm conquistando seu espaço no cenário nacional e ja tocou com nomes como As I lay Dying,Caliban entre outros grandes nomes no cenário hardcore
Com o passar dos anos a banda a banda sofreu algumas mudanças tanto de postura como de line-up
Atualmente a banda possui a seguinte formação:
Rena - Guitarra,
Marcus - Baixo,
Douglas - Bateria,
Deko - Vocal,
André - Guitarra
Confiram agora a entrevista que fizemos com a banda Last Sigh:

Então, cara, nos conte como surgiu a idéia de montar a Last Sigh.
Na verdade, eu e o Douglas (baterista e, também meu irmão), sempre tocamos juntos. Antes da LS, tínhamos uma banda por brincadeira, porém queríamos algo mais sério e pesado... Por volta de 2006, eu participava de um fórum de metal aqui de Curitiba, onde acabei vendo um post do Marcus, procurando banda para tocar o estilo que eu e o Douglas queríamos na época. Entramos em contato, e a história foi se desenrolando...o Deko e o André são adições no line-up bem mais recentes. Entraram após algumas mudanças na formação que aconteceram enquanto os objetivos da banda foram ficando mais sérios.
Quais são as maiores influências da banda?
Cada um tem uma influência diferente e isso acaba afetando de formas diferentes o nosso som. Posso dizer que ultimamente a banda, como um todo, tem ouvido mais coisas fora do metal, mas, atualmente, acredito que bandas como Parkway Drive e As I Lay Dying sejam bem a nossa linha, mas não são obrigatoriamente nossas influências.
Então a banda lançou sua demo em meados de 2007 e desde o princípio, todas as músicas são compostas em inglês, sendo assim, você acredita que as pessoas conseguem entender a mensagem que a banda passa através das letras?
A nossa decisão de cantar em inglês vem bem deste objetivo. Queremos que o maior número de pessoas possível sejam expostas às nossas idéias e opiniões. Pode ser que aqui no Brasil não seja tão acessível, mas numa perspectiva maior, acreditamos que nossa mensagem pode chegar à mais pessoas desta forma.
Após o Lançamento dessa Demo, a banda se projetou no cenário nacional, chegando a abrir shows de bandas renomadas no cenário metal/hardcore. Qual foi o momento mais importante da banda?
Na verdade foram muitos, mas se eu tivesse que escolher um ponto crucial, com toda certeza escolheria a abertura do As I Lay Dying em 2009. Acho crucial, pois marcou o ponto máximo que poderíamos chegar como "banda de garagem", com uma demo apenas, entende? A partir dali, teríamos que conquistar nosso espaço, ou seríamos para sempre taxados apenas como uma banda de abertura. Isso meio que deu um empurrão para corrermos atrás do CD que estamos lançando agora. O contato com profissionais que admiramos também nos influenciou a agir como tais, o que é extremamente importante no underground.

A banda já abriu shows de bandas como Caliban, Killswitch Engage e, futuramente, Parkway Drive. Tem algum show que vocês gostariam de ter participado ou participar?
Porra!!! Tem vários!! ahahhaha Acho que no Underground temos inúmeros festivais que têm aquecido bem a cena nacional. Brutal Warfare e Kool são uns que eu consigo lembrar de cabeça, além de ter cidades que ainda não tivemos oportunidade de tocar. Mas se fosse para realizar um sonho mesmo, o Rock in Rio e o SWU seriam o máximo! Além dos gringos, né! Summer Slaughter, Warped Tour e etc... ahahahah
Um fato que acredito que todos que acompanham a banda já estejam cientes, é o lançamento do primeiro CD full da banda, então fale um pouco como tá sendo a produção desse CD.
Bom, o CD se chama "Beneath the Flesh, Rotten", e conta com a produção, mixagem e masterização de Alexander Dietz (guitarrista da banda alemã Heaven Shall Burn). A gente vem tentando realizar esse projeto faz muito tempo, tivemos algumas (não. muitas! ahhaha) dificuldades que acabaram atrasando um pouco o processo, mas eu acho que no final tudo correu bem. Fazer algo deste tamanho, com partes do processo e produtor internacionais trouxe um aprendizado enorme para nós, tanto musicalmente quanto na parte burocrática da coisa, de fazer tudo acontecer do jeito certo.
Como tem sido trabalhar com o Alex Dietz, e de onde surgiu a oportunidade dele produzir o CD da banda?
Foi uma época incrível para nós! Ele é um excelente profissional e nos auxiliou muito em conseguir o que queríamos para o CD. Particularmente, me ensinou muita coisa em relação à produção, tanto a parte técnica quanto em como eu poderia melhorar minha performance como músico. Isso, além de ser super humilde. Com certeza, um sonho realizado! Tivemos o contato com ele pelo antigo Myspace dele, que obtivemos através dos dados técnicos de um CD da banda paulistana Paura, no qual ele havia masterizado. Acho que essa é a parte mais legal da história. Qualquer um acharia impossível obter resposta de alguém como ele... Pra você ver que, na verdade, nosso ídolos são bem mais acessíveis do que imaginamos! ahhahaha
Cerca de 4 anos depois, a banda lança seu segundo trabalho. Você sentiu alguma mudança na banda em início de carreira, para a Last Sigh de hoje?
Ah... completamente. Beleza, todo mundo fala que o trabalho mais recente é melhor e etc, mas no nosso caso, a diferença é extremamente "visível" em relação a tudo: produção e composições. Nesse tempo, aprendemos a tocar nossos instrumentos melhor, conseguimos desenvolver algo que era mais do que queríamos anteriormente, e aprendemos o que funciona melhor ao vivo e o que funciona em estúdio. Em termos de arranjo, as músicas são mais maduras, mais inteligentes e mais criativas. Acredito que alcançamos um som ao vivo também muito melhor, estamos mais entrosados e com uma perspectiva performática diferente.
Pra alguns que não estão interados no cenário independente, ter uma banda envolve apenas se preocupar em compor e tocar, então, no caso da Last Sigh, quais são os maiores desafios que a banda enfrenta ao se manter num cenário independente?
Como a banda ainda gera muito pouco dinheiro para se manter (quase nada na verdade! ahhahaha), todos nós temos que ter um trabalho para poder bancar os gastos que todo o processo envolve. É aí que, na minha opinião, está a maior dificuldade. Não tanto em conseguir o dinheiro, mas em você ter uma outra atividade que lhe toma a maior parte do tempo. Isso dificulta que você tenha foco no que a banda precisa que seja feito. E isso nem envolve só o tocar! Adoraria poder só tocar, porém, ter uma banda no Underground envolve outras tarefas que tenham que ser realizadas, no nosso caso, por nós mesmos. Atualmente, estamos num momento bem delicado.A banda não é mais tão pequena como costumava ser para termos poucas tarefas, mas também não é grande o suficiente para podermos fazer apenas isso. Tentar conciliar trabalho com banda é agonizante! ahahaha
Qual a relação da banda com a Internet? Vocês acham que, de alguma forma, ela pode acabar ajudando ou prejudicando a banda?
No nosso caso a internet é extremamente positiva! Felizmente, ela nos ajuda à realizar quase tudo que precisamos: divulgação, contato com merch, contato com outras bandas, shows e etc. A internet trouxe mais facilidade para mostrar o nosso trabalho. Conseguimos atingir muito mais pessoas dessa maneira, porém, o fluxo de informações é tão grande que é muito difícil você realmente deixar uma marca nas pessoas. A cada semana temos milhares de novas bandas tentando chamar atenção.
Como a banda encara o fato de hoje a maioria das pessoas optam pela distribuição e downloads gratuitos das músicas? A favor ou contra?
Eu acredito que a banda em si ainda não tenha uma opinião formada sobre isso, pois até agora não nos afetou diretamente. Mas, pessoalmente, acredito que as coisas estejam diferentes nos dias de hoje. Infelizmente, a música por si só perdeu o valor comercial que tinha, ainda mais no Brasil. É algo até meio ignorante, sabe? As pessoas ainda sentem necessidade de obter algo "concreto", palpável para justificar o dinheiro gasto. O consumo de arte foi muito desvalorizado. Porém, as gravadoras também têm a sua parcela de culpa. Ainda não englobaram a internet e suas facilidades, ficam presas a técnicas de "divulgação" da década passada, tais como lançamento em dias diferentes para países diferentes... isso soa como uma negação ao tamanho da internet e a rapidez com que ela funciona. Acredito que o donwload não seja o fim da indústria musical, apenas temos que nos adaptar aos novos meios... O underground funciona diferente, os downloads funcionam mais como ferramenta de divulgação e o foco é outro - não tanto a venda de cds. Porém, acredito que o contato dos shows, cara a cara, torne mais fácil vender cds do que apenas colocá-los em uma vitrine de loja, como as grandes gravadoras fazem.
Para se ter um cenário mais forte, você acha que o Brasil precisa de...?
União. Eu sei. É redundante, mas é verdade. Hoje, se perde muito tempo tentando criticar o trabalho dos outros e achar algo para desvalorizá-los, do que realmente trazer algo de qualidade para a roda.
O que podemos esperar da Last Sigh daqui pra frente?
Mais shows! Com certeza! ahahahha A idéia agora é fazer o que fizemos com a demo. Tocar em todos os lugares que pudermos, levando nosso som pra quem quiser ouvir. Acredito que nosso trabalho é um primeiro cd bem sólido, e estamos com grandes expectativas para ver como vai ser a reação da galera!
Pra encerrar deixe um recado para os leitores dessa entrevista!
Bom gostaria de agradecer à você, Filipe, pelo apoio e ao Infest HC pelo espaço! Para quem ficou curioso sobre agente, pode encontrar infos no nosso facebook e/ou pelo twitter (@lastsighmetal)! E fiquem atentos que, logo, logo, o cd estará estourando por aí!